Conservadorismo

O piá do prédio vs O Excelso ser – Parte II

No texto passado, ficou algumas lições básicas sobre a lei e a moral e suas diferenças. Me focarei em três aspectos da lei nesse texto: A coerência interna (segurança jurídica), o uso da violência para cumprir seus objetivos (coerção) e o princípio norteador da lei democrática (isonomia). Para tanto, é necessário explicar o valor de cada uma das três coisas e assim poderemos, dessa vez, entrar no assunto que é: Casais homossexuais adotando crianças abandonadas.

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O piá do prédio vs O Excelso ser – Parte I

Esse é um texto difícil de começar a escrever, porque quero fazer o exato oposto do que me manda os instintos. Cresci lendo pessoas que debatem com sangue nos olhos e admirando esse tipo de gente, que fala a sua opinião sem falsas delicadezas ou modéstias, de forma direta e clara. O instinto básico, para mim, é seguir esse tipo de embate, que vemos, por exemplo, na acidez do Olavo de Carvalho ou no sarcasmo do Ben Shapiro. Mas lembrei do grande debate do Flavio Morgenstern contra o Igor Fuser e acho que as pessoas que tem algum interesse em ver a sociedade melhorar deve buscar não debater como um político que deseja vencer, mas tentar informar e expor sua opinião, com tranquilidade e serenidade. Então, no lugar de responder pedaço por pedaço o texto dele, vou explicar minha posição. E o fato que você precisa entender antes de qualquer coisa é: Estamos falando de algo muito maior do que a possibilidade de dois gays assinarem um papel ou adotarem uma criança.

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Vamos falar sobre aborto?

Aborto é, de longe, o assunto mais complexo que já vi no debate político e curiosamente, todo mundo considera algo simples e óbvio (justamente por isso, talvez, seja tão complexo). Existem dois argumentos que eu considero importantes na discussão, já que até hoje são os únicos que não vi serem criticados:

1 – O feto não pode ser considerado um ser humano, pois ele não é autônomo, ou seja, não consegue sobreviver fora do útero, de forma que ele não é, efetivamente, um ser humano vivo, mas um “parasita”. (pró escolha)

2 – O direito à vida é tipico do ser humano e o feto, sendo mais do que um possível ser humano, mas efetivamente um ser humano em gestação. A limitação desse direito à vida, quando a grávida é sim responsável pelos seus atos, se configura um homicídio. (pró vida)

A importância desses dois argumentos é que eles tratam de uma questão anterior ao aborto: Onde começa e onde termina a vida e portanto, até onde são válidos os direitos humanos? Todas as outras questões circunstanciais, de natureza religiosa ou utilitaristas são passíveis de críticas, mas essas duas posições são, ao menos em si mesmas, inquestionáveis como argumento. Então como resolver isso?

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Fast Food – Um detalhe sobre a lei

“O problema real de tentar revolucionar uma sociedade assinando o nome da presidente, com a sua belíssima Montblanc, é acreditar, inocentemente, que um artigo mal redigido não pode ser utilizado de má-fé.”

Quando eu escrevi esse texto, estava pensando nos progressistas que defendem uma lei que gera o efeito contrário sem perceber isso, porque os seus superiores mandaram. Por outro lado, o fato é que o conservador, tão acostumado à apontar como os liberais caem nos truques dos políticos mal intencionados, caem como um patinho nesse aqui.

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O marxismo conservador

Preparava-me para dormir, mas chegou um e-mail como resposta ao texto anterior. O sono passou porque realmente me diverte muito entrar em debates com dois tipos de pessoas: As inteligentes e as abitoladas. Por sorte, consegui reunir as duas ao mesmo tempo. O assunto é realmente interessante e vocês podem ler aqui o texto original, minha resposta e a resposta dele. Vamos lá rebater seu ponto:

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Deve a mulher ser submissa?

Hoje se você fala em submissão, grande parte da população já pega pedras na mãos para jogar contra você. Se passar alguém e indagar o porquê do apedrejamento, responderão: “ele é um machista”. Eis uma descontribuição do feminismo. Este movimento confundiu propositadamente submissão com opressão, quando na verdade seu significado, além de mais profundo, é o oposto.

É assim que começa o texto que me motivou a escrever sobre isso. E pretendo começar meu texto da mesma forma como ele começou o dele, exigindo que você largue seus preconceitos. Imagino, também que você só irá continuar a ler esse texto se já tiver lido aquele, então leia lá, para eu não precisar me repetir o texto inteiro.

Pois bem, qual é o problema nessa visão, afinal? O problema são premissas ocultas que antecedem a submissão. Aceitando-as como verdade, realmente é fato que a submissão não se trata de uma forma de oprimir, mas de proteger o lado mais frágil. As premissas que quero discutir aqui são duas. A primeira é a do questionamento de porque seria o homem incumbido de ser superior à mulher. A segunda é se a hierarquia se faz realmente necessária.

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