Sempre gostei de escrever. Sempre fui ruim nisso, mas não importa no momento. O que importa é que escrever é uma calmante arte. Se você está indignado, começa a escrever uma postagem, o sentimento vai passando, a calma vai retornando. Você pesquisa um pouco sobre o assunto e daqui a pouco, o que antes era uma visão indignada e ensandecida, agora é uma opinião embasada. Dizem que ler te torna inteligente, pois escrever torna mais, na minha visão. Quando você vai redigir sobre um assunto, você lê a pesquisa que faz como um leão que analisa o antílope. esperando o descuido mínimo para destroçá-lo. Quando você quer escrever sobre um tema, uma única falácia não passa, uma inconsistência é logo atestada. Você não é mais o aluno aprendendo com o professor, mas o escritor crítico aos textos de outros escritores.
Só que escrever não é só apertar pedaços de plásticos que fazem barulho. Eu queria um espaço, um espaço para escrever sobre política, filosofia, direito, essas coisas chatas, mas que algumas pessoas se interessam em conversar de vez em quando. Pois bem, é por isso que existe esse blog aqui. Uma rota de fuga, um local de onde posso sair para falar das coisas chatas sem ninguém se importar. Não só para não irritar quem não gosta dos temas, mas também porque tenho a megalomaníaca esperança de um dia ser reconhecido e desejaria que meus ideais ficassem gravados, assim como ficaram no meu blog antigo. E para esse usei o nome Se endireita.
Se endireitar não é só assumir um viés de direita e apesar da piadinha explicitar qual minha posição política, não desejo aqui dizer que ela é a certeza absoluta. Se endireitar, na minha visão é, antes de tudo, se corrigir. Lembra minha mãe gritando “se endireita menino” não exatamente para fazer o que ela mandava, mas pra não ficar no lado que sabia ser errado. Se endireitar é analisar seus pensamentos e autocriticar suas contradições. Se endireitar é aceitar que não existe verdade absoluta e que por mais que você discorde do outro lado, entender que ele tem um bom argumento. Se endireitar é jogar fora todo o seu radicalismo e ver, de peito aberto, o que diz o outro lado e pegar com ele o que ele tem de melhor a oferecer. Se endireitar é, por fim, discutir não para estar certo, mas para perceber que estava errado e aprender.
Se no Fat’s Memories, eu vou escrever sobre absolutamente qualquer coisa, histórias curiosas que aconteçam em minha vida, indicações de livros, aqui desejo me restringir realmente às ciências humanas, de forma que os textos aqui provavelmente serão mais complexos do que os de lá, mas com algum esforço, dá pra entender. Então, inauguro aqui um espaço desconectado de um eu que muito veem o tempo todo. Textos chatos virão e formarão um lago de chatice, mas com boa vontade, talvez encontre ouro aqui. Então peguem suas peneiras, caro amigo minerador de conhecimento, porque vai começar o show off de termos em latim.
Afinal, quid latine dictum sit altum sonatur.
Se endireita 